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A Dupla Missão de Esdras
Assim como Deus usava os seus profetas para alertar o povo dEle a se consertarem, Ele também usou Esdras para uma dupla missão: exercer autoridade governamental e ensinar a lei de Deus (cf Esdras 7.25).
Para relatar melhor a história de Esdras é necessário entrar no túnel do tempo: O Império Assírio, que estava em ascensão, tomou a capital Samaria e levou as dez tribos do Reino do Norte cativas. Essas tribos desapareceram. O artigo "As Tribos do Reino de lsrael Desapareceram?" mostra os motivos que levaram essas tribos ao cativeiro.
Com a decadência da Assíria os territórios dominados pelo Império Assírio passaram ao domínio do Império Babilônico. A Babilônia passou a dominar os judeus, (Tribos do Reino do Sul, compostas pelas tribos de Judá e Benjamim), eles foram levados cativos para a Babilônia em três etapas, na primeira foram levados os jovens nobres, Daniel e os três amigos dele estavam entre os nobres.
Ezequiel foi levado com o grupo da segunda etapa, e na terceira etapa foram levados o restante de Judá, os mais pobres ficaram. Jeremias teve a opção de escolher: ficar ou ir para a Babilônia, ele preferiu ficar em Jerusalém. A cidade de Jerusalém e o Templo foram destruídos. O profeta Jeremias havia predito que o povo de Deus ficaria exilado na Babilônia por 70 anos. (cf Jeremias 25:11, 12; 29:10).
A profecia de Isaías se cumpre
A queda da Babilônia foi profetizada por Isaías 150 anos antes do nascimento de Ciro, o libertador de Israel. (cf Isaías 45.1; 44.27,28). O cumprimento da profecia: "Os generais Ciro da Pérsia e Dario da Média se uniram, desviaram o curso do rio Eufrates, desceram pelo rio, entraram no palácio de verão, mataram o rei e dominaram a Babilônia." (Tirado do artigo: "Deus Ajusta Contas com o Rei da Babilônia").O Retorno
Assim como os judeus foram levados cativos em três etapas, o retorno deles também se deu em três partes. O primeiro grupo liderado por ¹Sesbazar aconteceu logo após o decreto de Ciro, possivelmente em 537 a.C.O rei Ciro devolveu os utensílios da Casa do Senhor, que fora tirado por Nabucodonosor e trazido para a casa de seus deuses. Ciro entregou todos os utensílios contados a um homem cujo nome era Sesbazar. O propósito principal do primeiro grupo foi a construção do Templo.
A Oposição
Após a queda de Samaria em 722 a C., várias pessoas de diversas origens foram transportadas para Samaria, área ao Norte de Judá, elas adoravam diversos deuses e incluíram a adoração ao Senhor em seu politeísmo.Como eles foram impedidos de ajudarem na construção do Templo por Zorobabel, Jesua e os outros cabeças de famílias, que foram enviados por Ciro, rei da Pérsia, para a construção do Templo, eles começaram a atrapalhar a construção do Templo desde o reino de Ciro até o reinado de Dario rei da Pérsia (cf Esdras 4.1-5).
Entre os capítulos 6 e 7 há um intervalo de aproximadamente 60 anos. Nesse período ocorreram os eventos do livro de Ester. Conheça a história de Ester neste artigo 👉 "Ester, A Providência de Deus".
Esdras
Esdras (em hebraico: עֶזְרָא, ʿEzrāʾ; "auxiliador"). Ele era sacerdote e escriba versado na lei de Moisés. Segundo uma tradição judaica, Esdras teve como mestre Baruque, o amigo e companheiro do profeta Jeremias. Esdras era da linhagem de Arão. Ele se dispôs em buscar a Lei do Senhor, praticar e ensinar os estatutos e os juízos de Deus. Esdras era um líder comprometido com a Palavra de Deus.Entre os capítulos 6 e 7 há um intervalo de aproximadamente 60 anos. Nesse período ocorreram os eventos do livro de Ester. Conheça a história de Ester neste artigo 👉 "Ester, A Providência de Deus".
Já os capítulos 7 e 8 tratam do retorno do segundo grupo de exilados da Pérsia para Jerusalém sob a liderança de Esdras em 457 aC, segundo o decreto de Artaxerxes.
Esdras retorna a Jerusalém
A viagem de Esdras a Jerusalém foi com o propósito de ver as condições dos judeus que moravam lá e nos arredores, também para restaurar a situação religiosa e política. Ele recebeu autoridade para nomear magistrados e juízes. (cf 7.25).Esdras se humilha na presença de Deus e pede proteção para todos, inclusive para os filhos e tudo que estavam levando na viagem para não serem atacados por ladrões, pois ele teve vergonha de pedir guardas ao rei, mas confiou na proteção de Deus.
Jejuaram e pediram a Deus e Ele os atendeu (cf Esdras 8.21-23). A viagem dura aproximadamente quatro meses. A lista dos que acompanharam Esdras se encontra no capítulo 8.
Casamentos Mistos
O povo inclusive os sacerdotes, levitas e até os governantes haviam se casado com os moradores pagãos do local, desagradando a Deus (cf Deuteronômio 7.3-5 que fala sobre essa Lei). Os 113 homens que transgrediram a Lei de Deus estão na lista que se encontra em Esdras 10.18-44.Confissão de Esdras capítulo 9
Informaram a Esdras que os filhos de Israel, sacerdotes e levitas se casaram com pessoas de outras nações que adoravam a outros deuses, e que os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão” (v. 2).Ouvindo essas coisas, ele rasgou as suas vestes e arrancou os cabelos da cabeça e da barba. Os que temiam a Palavra de Deus se juntaram a ele. Na hora do sacrifício da tarde, Esdras levantou-se, em sua humilhação, e se pôs de joelhos, suplicando a Deus e confessando o pecado do povo de Deus:
E perto do sacrifício da tarde me levantei da minha aflição, havendo já rasgado as minhas vestes e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor meu Deus. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. (Esdras 9.5-6).
E perto do sacrifício da tarde me levantei da minha aflição, havendo já rasgado as minhas vestes e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor meu Deus. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. (Esdras 9.5-6).
Os israelitas despedem as esposas hetéias e seus filhos
Esdras orava e fazia confissão chorando prostrado diante da casa de Deus. A oração de Esdras foi ouvida, a maioria aceitou a culpa e fizeram aliança com Deus e despediram as suas esposas e filhos, segundo a Lei de Deus. Esdras se levantou e fez todo o Israel jejuar. Toda a congregação concordou, apenas Jonatas e Jazeías se opuseram. (cf Esdras 10.1-15).Conclusão
Os primeiros que retornaram a Jerusalém para construção do Templo encontraram muita oposição, contudo conseguiram concluir a obra. No segundo grupo que retornou sob a liderança de Esdras para fazer uma reforma política e religiosa, o povo de Deus estava em grande pecado.Esdras se humilhou, chorou e confessou o pecado do povo a Deus, todos que temiam a Deus se juntaram a ele. Aqueles que estavam em pecado se arrependeram e fizeram uma aliança com Deus.
Fazer uma aliança com Deus é comprometer-se em fazer a vontade dEle. Quando aceitamos Jesus assumimos um compromisso com a Palavra de Deus, pois Ela é alimento necessário para o nosso crescimento espiritual.
Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo; (1 Pedro 2.2).
O decreto escrito de Ciro foi a ferramenta que produziu as ações de Esdras e Neemias. Eles foram grandes exemplos de liderança e souberam contornar todas as oposições que sofreram pela frente.
👀 Veja a continuação deste artigo aqui 👉 "Neemias, A Alegria que Fortalece"
Baseado na Bíblia Sagrada
Por Julio Ferreira Lima
INFORMAÇÕES
1 - Sesbazar é identificado como Zorobabel por alguns estudiosos, no entanto há uma certa discordância encontrada em 5.14-16, visto que, Zorobabel é mais conhecido e mais popular (5.2-3). Sesbazar foi um líder oficial designado por Ciro, provavelmente era persa.
Referências dos textos Bíblicos:
Almeida Corrigida Fiel - ACF (Bíblia Online)Referência Bibliográfica
BÍBLIA, Português. Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª edição. Tradução de J. F. de Almeida. Edição revista e atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1999. 1728 p