Ester, A Providência de Deus

Ester, A Providência de Deus

Ester, A Providência de Deus

No livro de Ester observamos a providência de Deus impedindo o extermínio do povo da aliança. Uma judia é escolhida, entre as moças das 127 províncias do reino Persa, para ser rainha e salvar os judeus da morte.


Interessante que há uma discussão sobre a divindade do livro de Ester, embora o nome de Deus não seja mencionado, o enredo da história não deixa dúvidas de que Deus agiu usando Ester para conservar a linhagem judaica.


O Autor


Não há evidências de quem seja o autor do livro de Ester, contudo o fato de a autoria deste livro ser desconhecida, não invalida a autenticidade do verdadeiro autor. Aqui na terra, Deus apenas usa as pessoas para que todos possam saber do Seu poder e que a Sua Palavra venha a ser conhecida em toda a parte do mundo.


O que se sabe do autor que foi usado por Deus para escrever este livro? O interesse dele pela Festa do Purim, um notório nacionalismo e um grande conhecimento: da corte, dos costumes e da geografia da Pérsia. Essas informações validam a crença de ser um judeu persa vivendo em Susã que escreveu este livro.

Personagens Principais

Ester
No hebraico Esther​,  tem relação com o sentido do persa Stara, do caldeu Ishtar​, do hitita Shittar e do latim Stella. Significa literalmente, "estrela". Tem o sentido de luz, perfeição, esperança, divino.


Mardoqueu ou Mordecai

Mardoqueu ou Mordecai pertencia à Tribo de Benjamim. Seu bisavô Quis, não é o rei da Filístia, fora levado cativo para a Babilônia com o rei Joaquim, antes da destruição de Jerusalém, (Leia este artigo: O Fim do Reino de Judá).


Ele era primo e pai  adotivo de Hadassa, que é Ester, filha de abiail, tio de Mardoqueu (Cf Ester 2.15). Hadassa é a versão portuguesa do nome hebraico Hadassah, e significa "mirto" ou "murta¹" em português. Seu nome normalmente é associado a alguém de influência.


Ester se Torna Rainha

Após a conquista pelos persas do império babilônico, a Pérsia passou a ser a sede do governo dos exilados judeus. Susã foi a capital onde ocorreu todo o cenário da história de Ester, no reinado do rei Assuero, também conhecido como Xerxes ou Artaxerxes.


Ele reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias², no terceiro ano do seu reinado deu um banquete para todos os seus príncipes e seus servos, e o poder da Pérsia e da Média se fizeram presentes, além dos nobres e príncipes das províncias.


Ao sétimo dia o rei estava Alegre do vinho e chamou Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zerar e Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei. Mandou trazer a rainha Vasti com a coroa real para mostrar a beleza da rainha aos convidados, porém Vasti não atendeu o pedido do rei.


Isso deixou Assuero irado, então ele consultou os sábios para saber como agir nesse caso. Ele foi aconselhado a dar o reino dela a outra que seja melhor do que ela, porque o mal exemplo de Vasti influenciará nas outras mulheres a não honrarem os seus maridos.


Foram trazidas todas as moças virgens de boa aparência e formosura de todas as províncias do seu reino e uma delas era Ester. Seu nome hebraico Hadassa, era órfã, criada pelo primo Mardoqueu. Quando Ester perdeu os pais, foi adotada por ele (Cf Ester 2.7).


Ela não declarou a sua identidade por ordem de Mardoqueu, talvez ela deveria esperar o momento certo para revelar a sua origem ou ele temia que algo de ruim pudesse acontecer com ela. 

Ester foi levada ao rei e ele a amou mais do que todas as outras. O rei pôs a coroa real na cabeça de Ester e a fez rainha em lugar de Vasti. Todos os seus príncipes e todos os seus servos foram convidados para a festa de Ester.


Uma Conspiração Contra o Rei

Quando, pela segunda vez, as virgens se reuniram, Mardoqueu estava sentado à porta do rei. Isso pode subentender que ele tinha um cargo de destaque, uma posição que facilitava observar movimentos suspeitos contra o reino (Cf Ester 2.19).

Mardoqueu descobriu a conspiração contra a vida do rei. Bigtã e Teres, eunucos, indignaram-se e tramaram contra a vida do rei Assuero, então Mardoqueu revelou a rainha Ester. Ela levou ao conhecimento do rei e o atentado foi confirmado, antes de ser concluído. Os dois eunucos foram enforcados e isso foi registrado no livro das Crônicas perante o rei.



Hamã Inimigo dos Judeus

Depois de alguns anos da coroação de Ester, (Cf Ester 2.16), Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo dos judeus, foi exaltado pelo rei Assuero e elevado ao mais alto cargo. Segundo a ordem do rei, todos os servos que estavam à porta do rei tinham que se prostrar perante Hamã, porém Mardoqueu não prestava reverência a Hamã.



Seus companheiros o questionavam por não se inclinar perante Hamã. Simplesmente Mardoqueu respondia que era judeu. Hamã, ao saber que Mardoqueu era judeu, irou-se.



Hamã desejava tirar a vida de Mardoqueu, mas quando lhe foi declarado a origem dele, achou que mata-lo seria pouco, então planejou exterminar o povo judeu (Cf Ester 3.6). Ele se consultou com os astrólogos e adivinhas para saber qual seria o melhor dia para agir contra os judeus:

No primeiro mês (que é o mês de Nisã), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, para cada dia, e para cada mês, até ao duodécimo mês, que é o mês de Adar (Ester 3.7).



Hamã informou ao rei Assuero sobre um povo que está espalhado em todas as províncias da Pérsia e que não cumpre com as leis do reino, convencendo-o de que os judeus devem ser exterminados. Então o rei tirou o anel da sua mão e o deu a Hamã outorgando autorização para fazer o que bem entender com os judeus.

Segundo tudo o que Hamã disse, os secretários do rei escreveram aos sátrapas, aos governadores de todas as províncias e aos principais de cada povo e foi selado com o anel do rei decretando o extermínio dos judeus desde moços, velhos, crianças e mulheres.



A notícia deixou o povo de Susã confuso. Mardoqueu "rasgou as suas vestes e vestiu-se de pano de saco com cinza e saiu pela cidade e clamou com grande e amargo clamor" (Cf Ester 4.1). 

Chegando à porta do rei, as moças e os eunucos informaram a Ester como Mardoqueu estava trajado. Ela mandou roupas para o tio se vestir, pois ninguém podia entrar nas portas do rei vestido com pano de saco, mas ele recusou vesti-las.


Ester mandou Hataque, um dos eunucos que estava a serviço da rainha, saber o que houve com o tio. Mardoqueu contou-lhe todos os detalhes, também deu-lhe uma cópia do decreto para que ele o mostrasse à sobrinha. 

O tio de Ester estava desesperado e insistiu para que ela implorasse misericórdia ao rei em favor do seu povo.


O pedido de Mardoqueu era praticamente impossível. A lei para qualquer pessoa, inclusive para a rainha, era rigorosa, pois aquele que se aproximasse do rei no pátio interno sem que ele o chamasse, morreria; ela não era chamada à presença do rei há mais de trinta dias. 

A insistência do tio a convenceu a fazer algo. Afinal era a vida dela e de todo o seu povo que estava em risco.

Ester orientou Mardoqueu a reunir todos os judeus de Suzã para jejuarem por ela por 3 dias, sem comer nem beber de dia e de noite. 

Ela sabia o risco que ia correr, por esse motivo, convocou as suas moças para jejuarem com ela. Ester estava decidida a entrar na presença do rei. Com muita determinação, disse: ainda que seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei.


Já no terceiro dia ela vestiu-se com as suas vestes reais e foi até o rei. Ele ao vê-la, agradou-se de Ester e estendeu o cetro de ouro em sua direção, que significava a permissão do rei. Ela convidou o rei e Hamã para um banquete, Hamã ficou alegre com o convite, mas ao sair e ver Mardoqueu a porta do rei se encheu de furor, pois Mardoqueu não o reverenciou nem se levantou.


Hamã conquistou muita riqueza, porém ele confessou aos amigos que toda honra e toda a riqueza não o satisfaz, enquanto ele ver Mardoqueu sentado à porta do rei, então a esposa de Hamã e os seus amigos disseram para ele preparar uma forca e dizer ao rei que Mardoqueu seja enforcado nela; depois, disseram: entra alegre com o rei ao banquete que a rainha preparou.


Hamã tinha entrado no pátio exterior do rei para dizer ao rei que enforcasse a Mardoqueu com a forca que lhe tinha preparado, mas ele teve uma surpresa, quando o rei o pediu que o orientasse para honrar uma pessoa que fez um bem ao rei, ele orientou o rei pensando que a honra seria dele, mas o que ele não sabia é que a honra referia-se ao próprio Mardoqueu.


Hamã teve que tomar o cavalo do rei e a veste real para vestir a Mardoqueu e levá-lo a cavalo pela cidade apregoando: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!, após tê-lo honrado, voltou correndo à sua casa angustiado e a cabeça coberta (Cf Ester 6.1-12).



Hamã é Denunciado

Hamã é denunciado

No capítulo 7, há um certo momento de suspense. O rei e Hamã estavam no  banquete preparado por Ester. A estratégia da rainha, no momento em que o rei pergunta qual é a petição dela, é surpreendente. Ester foi de uma sabedoria divina.



Com muita calma e cautela, Ester desvenda a sua petição pela própria vida e pelo livramento do seu povo para que não venha a ser exterminado. 

O rei, ao saber quem era o opressor, ficou furioso. Hamã desesperado, suplica clemência à rainha, mas isso só fez aumentar a ira do rei Assuero, que ao vê-lo prostrado aos pés da rainha, ordenou enforcá-lo na forca que fora preparada para Mardoqueu.



A rainha Ester ficou com a propriedade de Hamã e Mardoqueu recebeu o anel do rei e ocupou um lugar de destaque no governo. Quanto ao decreto para exterminar os judeus, o rei não podia revogar, mas deu autorização a Mardoqueu para fazer outro decreto.



O segundo decreto dava direito aos Judeus de resistência armada e de defesa. Deus capacitou os judeus a se defenderem e o povo de Deus foi temido. Mardoqueu estabeleceu dois dias de festa para comemorar o livramento de Deus a seu povo e essa festa se chamou festa de Purim.



Conclusão

Parecia que tudo estava perdido, o decreto não podia ser revogado, o plano do adversário era perfeito e o inimigo trabalhava com astúcia para praticar injustiça contra os escolhidos de Deus, mas quando nos prostramos diante de Deus, as intenções do inimigo são frustradas. 

Os judeus tiveram que lutar, porque Deus não livra ninguém da luta, mas entra na luta e nos garante a vitória.
AI dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão (Isaías 10.1).


Baseado na Bíblia Sagrada

Por Julio Ferreira Lima

Informações


1 - A murta é um arbusto que nasce no deserto, e as suas folhas exalam uma fragrância agradável quando são trituradas. Esses arbustos eram usados pelo povo judaico para cobrirem as tendas durante a Festa dos Tabernáculos, ou Sucot.


2 - As províncias governadas por Assuero hoje ocupam o território equivalente à área entre a Índia e a Etiópia.



Dicionário


Sátrapa s.m. - Governador de uma província, entre os antigos persas. Fig. Pessoa que leva vida faustosa, sibarita; grande senhor; déspota.

Revogar vtd - Anular, invalidar o efeito de algo; fazer com que deixe vigorar: revogar um contrato, uma prisão, uma demissão etc.

Referências onliine





Referências dos textos Bíblicos:


ACF Almeida Corrigida Fiel - Bíblia Online


Referência Bibliográfica


BÍBLIA, Português. Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª edição. Tradução de J. F. de Almeida. Edição revista e atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1999. 1728 p

2 Comentários

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  1. venho te fazer uma visita e desejar-te um lindo domingo.

    Saudações

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    1. Obrigado pela visita, é muito gratificante a sua participação, que Deus continue abençoando a sua vida.

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